Mohamed Morsi defende Estado "civil"

O candidato eleito da Irmandade Muçulmana garantiu "não haver lugar para ninguém nem para nenhuma instituição" acima da vontade popular, referência ao conselho militar que dirige o país desde a queda de Mubarak. Morsi pediu a libertação de Omar Abdel-Rahman, responsável pelo primeiro ataque ao World Trade Center, em 1993.
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O novo Presidente egípcio, Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, declarou perante uma multidão reunida esta tarde na simbólica Praça Tahrir - onde se iniciou a contestação a Hosni Mubarak - que não fará "distinções entre apoiantes e opositores" e que defenderá sempre "um Estado civil, patriota e constitucional".

Morsi, que é formalmente empossado amanhã, falava na principal praça do Cairo, onde garantiu "não haver lugar para ninguém nem para nenhuma instituição" acima da vontade popular, uma referência ao Conselho Supremo das Forças Armadas, que dirige de facto o país desde a queda de Mubarak em fevereiro de 2011.

Depois de proclamar à multidão que começou a chegar à Praça Tahrir com horas de antecedência que "sois vós a fonte do poder e da legitimidade, que situa acima de tudo e todos", Morsi garantiu que respeitará a Constituição e "proteger os interesses do povo".

Noutro ponto da sua intervenção, o novo Presidente prometeu "tudo" o que estiver ao seu alcance para conseguir a libertação dos presos egípcios nos Estados Unidos, "mesmo o xeque Omar Abdel-Rahman", condenado a prisão perpétua em 1995 por ter organizado o primeiro atentado contra o World Trade Center, que causou seis mortos e centenas de feridos em 1993.

No Egito, Abdel-Rahman é procurado por tentativa de assassínio de Hosni Mubarak.

Mohamed Morsi, que ganhou a segunda volta das presidenciais ao último primeiro-ministro de Mubarak, Ahmad Chafiq, tornou-se o primeiro islamita a aceder à suprema magistratura no Egito e o primeiro Presidente não oriundo das forças armadas.

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